Opinião

As emoções e o tratamento oncológico

Por Caroline Aguirre de Souza e Isabelle Reynoso
Psicólogas

O diagnóstico do câncer provoca uma reviravolta na vida do paciente e, para ajudá-lo a enfrentar esse processo, é importante cuidar da saúde de forma integrada, considerando em especial os fatores psicológicos. São muitas emoções que costumam surgir neste momento, entre elas medo, tristeza e angústia. Concomitante a isso vêm as mudanças na autoimagem, na rotina e nas relações familiares, na interação com os amigos, no trabalho e em todos os espaços que frequenta.

Os sinais de que a ajuda psicológica é necessária aparecem logo após a confirmação do diagnóstico. É o humor depressivo/ansioso, baixa adesão ao tratamento, limitação importante nas atividades, queixa de dor, fragilidade no sono, isolamento social e muitos outros.

Por isso, a recomendação é iniciar o acompanhamento psicológico logo após o diagnóstico de câncer, com o intuito de auxiliar ao longo do tratamento e, quando necessário, encaminhar para avaliação psiquiátrica. Com as diferentes alterações no organismo, são esperadas oscilações de humor. Logo, fortalecer o aspecto emocional é peça chave para enfrentar o adoecimento.

Nesta jornada, é importante manter uma rede de apoio ativa, pessoas próximas que estejam disponíveis para auxiliar no que for necessário. E, principalmente, dispostas a escutar as suas necessidades.

Diante de tantas mudanças, é aconselhável manter uma rotina organizada com horários para dormir, acordar, fazer refeições, bem como realizar atividade física. Essa prática é uma estratégia importante de ser adotada ou mantida, mas deve ser orientada por um profissional especializado.

É preciso cuidar do corpo e da alma. Daí a importância de o indivíduo se conectar com algo maior, com a sua existência/natureza, visando a sensação de bem-estar.

Vale lembrar que o paciente oncológico dentro da sua complexidade necessita de uma equipe multiprofissional capacitada para auxiliá-lo durante a jornada. Acolhimento, manejo de sintomas, esclarecimento de dúvidas e enfrentamento de possíveis dificuldades são algumas práticas a serem adotadas. Considerar a pessoa para além do diagnóstico contribui na promoção de um cuidado ainda mais humanizado.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Comércio entre EUA e China em momento de tensão

Próximo

Eu não sou Chico, mas quero tentar

Deixe seu comentário